A Varíola dos Macacos em Portugal é algo que têm vindo a sensibilizar a população nos últimos meses.
Após o aparecimento da doença em alguns países europeus, também em Portugal foram identificados alguns casos.
Atualmente, segundo o último balanço feito pela, foram confirmados desde o ínicio do surto cerca de 5 mil casos no mundo inteiro.
Surgimento
A doença foi descoberta em 1958 quando, numa colónia de macacos utilizados para pesquisas científicas, surgiram surtos entre os mesmos, daí o nome “varíola dos macacos” ou “monkeypox”.
O primeiro caso humano foi registado em 1970 na República Democrática do Congo, durante um período de esforços intensos para eliminar a varíola. Desde então, têm sido reportados vários casos em países da África Central e Ocidental.
De que se trata a Varíola dos Macacos?
A varíola dos macacos é uma doença zoonótica, ou seja, é transmitida de animais para humanos, provocada pelo vírus Ortopoxvírus da família Poxviridae. Esta infeção viral é rara e com sintomas semelhantes aos da varíola comum.
A sua manifestação clínica é geralmente leve, com a maioria das pessoas infetadas a recuperar em poucas semanas, mas o ECDC alerta que as pessoas imunocomprometidas (aqueles que tem os mecanismos imunológicos deficientes) estão especialmente em risco de ter sintomas mais intensos que os demais.
Sintomas da Varíola dos Macacos
Geralmente o intervalo de tempo que decorre entre a infeção e o surgimento dos sintomas é de 7-14 dias, no entanto pode também ocorrer num período de 5-21 dias. Existem alguns sintomas através quais a doença se manifesta, entre eles:
- Febre
- Arrepios
- Dor de cabeça
- Dores musculares
- Dor de costas
- Exaustão
- Inchaço dos nódulos linfáticos
Entre 1 a 3 dias após o surgiento da febre, podem aparecer erupções cutâneas. Manifesta-se primordialmente no rosto, espalhando-se para outras zonas do corpo gradualmente, incluindo órgãos genitais. Após a queda das crostas geradas por este fenómeno, a pessoa deixa então de ser infecciosa/contagiosa.
Como se transmite a Varíola dos Macacos?
A transmissão da varíola dos macacos pode ocorrer de várias formas mas com diferente nível de contágio:
- Contacto de pessoa para pessoa
A transmissão de pessoa para pessoa pode ocorrer através de gotículas respiratórias, fluidos corporais, material de lesões ou pelo contacto indireto. Apesar de existirem diversas formas de contágio entre seres humanos, este não é tão comum nem de fácil transmissão.
- Contacto de animais para pessoas
É a forma de contágio mais comum e pode dar-se pelo contacto com animais infetados, como roedores e macacos, através de:
- Mordidas
- Arranhões
- Contacto direto com fluidos corporais
- Contacto indireto com material da lesão
- Preparação de carne de animais selvagens
- Ingestão de carne que não esteja completamente bem passada de um animal infetado
- Contacto, por exemplo, com a pele ou pelo de um animal infetado
Tratamento da varíola dos macacos
Em caso de suspeita, o infetado deve ser testado e isolado até ordem contrária do médico. Estima-se que o tempo de recuperação da maioria dos doentes se encontra entre as 2 e 4 semanas.
Em relação ao tratamento em si, ainda não é conhecido nenhum próprio para a varíola dos macacos no entanto, em casos severos, pode ser considerado um medicamento antiviral específico.
No caso de existir contacto direto com o infetado, a vacina pode ser administrada depois de avaliada a relação risco-benefício.
Estratégias de prevenção
Existem várias medidas que podem ser adotadas para prevenir a infeção com varíola dos macacos, sobretudo quando viajar para países da África Central ou Ocidental, tais como:
- Praticar uma boa e frequente higiene das mãos, sobretudo, após o contacto com animais ou pessoas;
- Manter uma distancia segura de animais selvagens, incluindo animais mortos em zonas em que existem casos de varíola dos macacos.
- Evitar contacto com materiais como roupa de cama ou toalhas, que possam ter estado em contacto com pessoas infetadas.
- Ingerir apenas carne bem cozinhada.
Existe também uma vacina que pode ser administrada em caso de varíola dos macacos no entanto, de acordo com a OMS, a vacinação em massa não é recomendada. É mais indicada para profissionais de saúde com risco de exposição.
A DGS está a acompanhar os casos de varíola dos macacos em Portugal em articulação com as instituições europeias. Todos os doentes estão a ser vigiados pelas autoridades de saúde, encontrando-se estáveis.
Em caso ter algum dos sintomas em cima descritos ou de necessitar de orientações, não hesite em contactar-nos!